terça-feira, 31 de agosto de 2010

O MESTRE DAS ARMAS (Fearless)


O filem “O Mestre das Armas” dirigido por Yuen Wo Ping, mostra a saga do maior mestre em artes marciais da China no final do século XIX e início do XX. Más para além das espetaculares cenas de luta Wushu (variação do Kung-Fu), está uma belíssima história de autotransformação interior.
Huo Yuanjia, contracenado pelo ator de filmes de artes marciais Jet LI, vive sua vida com o único propósito de lutar e vencer os mais habilidosos lutadores, principalmente depois de ver seu pai perder uma luta para o clã rival, quando ainda era uma criança. Contra todos os incentivos de seu pai para que estudasse e aprendesse os ensinamentos do filósofo Confúcio, Huo se dedica arduamente ao Wushu, tornando-se um guerreiro invencível.
Porem sua arrogância, vaidade e orgulho lhe custaram muito caro. Ao tentar defender a honra de seu clã ao desafiar um outro mestre que havia surrado um de seus discípulos, Huo tira a vida deste outro sem saber que foi seu discípulo quem havia desonrado a mulher do mestre falecido. Como conseqüência disso, Huo teve sua família covardemente assassinada por um discípulo do clã rival.
Desorientado, mestre Huo vaga pela China até ser acolhido por uma aldeia camponesa, onde diante da simplicidade de seus habitantes ele descobre o verdadeiro significado do Woshu e a falta de sentido das competições, descobrindo em si mesmo o seu maior adversário e fazendo das artes marciais uma forma de equilibrar corpo, mente e espírito.
Anos mais tarde, Huo volta para sua cidade natal e descobre uma China dominada pelos estrangeiros, que realizam torneios sem sentido apenas para mostrar a superioridade ideológica dos lutadores ocidentais, taxando inclusive os chineses de “doentes orientais”. Encontrando nesse caos um novo significado para a sua vida, mestre Huo empreende uma campanha de unificação e elevação do nacionalismo chinês através do Wushu, desafiando guerreiros do mundo todo e fundando uma Associação Desportiva Woshu.
O final cabe a você descobrir. Mas a mensagem que o filme traz é fortíssima. Ela traz a necessidade de suplantarmos a nós mesmos e buscarmos o real sentido da vida que é a evolução constante dos nossos espíritos. Além desmitifica o estigma que as artes marciais têm associadas ao combate e a destruição e revela seu real significado que é o equilíbrio interior.
Trata-se, portanto de um drama fantástico mostrando ate que tragédias os vícios como o orgulho e a vaidade podem nos levar, e a paz de espírito que os cultivos das virtudes podem trazer. Logo a ASPEDHI recomenda.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

UM CONVITE À INTERDISCIPLINARIDADE PARA A FORMAÇÃO DE PSICÓLOGOS

*Eliane de Jesus

O cenário mundial redesenhou-se em razão da abertura de fronteiras de naturezas diversas pelo império de tecnologias da informação cada vez mais novas, como instrumento planetário de comunicação, gerando e ampliando laços de interdependência múltipla entre povos e nações pelos cantos do mundo, em toda a sua diversidade.

O fenômeno da “Mundialização” ou Globalização, na linguagem mais corrente, se reveste e se propaga de maneiras diversificadas no mundo contemporâneo, onde a tecnologia encurta o tempo e o espaço e expandidos são a humanidade e seus problemas.

O Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI, conhecido como “o Relatório Jacques Delors”, em sua edição brasileira (2004), publicado sob o título Educação – um tesouro a descobrir considera o mundo contemporâneo paciente de uma interdependência conjuntural que lhe configura como uma caixa, onde a “música” que toca é a ressonância das crises, de todos os povos e nações, uns sobre os outros.

A globalização não só atingiu a economia, as atividades, a geografia do mundo, mas também a comunicação dos povos, permitindo pensar-se em uma comunicação universal, onde se impõe a interatividade.

Mais do que transmitir informações sem limites de distância ou de tempo, as necessidades planetárias exigem o diálogo, a discussão, a reflexão crítica sobre essas informações, sobre essa livre circulação de imagens, palavras e idéias, de tal modo que novas interpretações possam orientar uma nova hierarquização fundada num repensar e num resgate de valores, que possibilitem a construção de novos conhecimentos e o despertar de novas consciências.

A educação é o caminho. Os educadores são os agentes de transformação, formadores não só do caráter e do espírito das novas gerações, mas das novas gerações de profissionais compromissados com o desenvolvimento desta “aldeia global”.

As políticas educativas foram consideradas pela Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI (apud DELORS, 2004) como

Um processo permanente de enriquecimento dos conhecimentos, do saber-fazer, mas também e talvez em primeiro lugar, como uma via privilegiada de construção da própria pessoa, das relações entre indivíduos, grupos e nações.

As Instituições de Ensino Superior devem reorientar suas ações educativas pelo espírito de universalidade, constituir-se como local de ciência (fonte de produção de conhecimento), e como meio de qualificação profissional (conciliadora do saber com o saber-fazer dos novos e futuros profissionais), como recinto privilegiado de uma educação para toda a vida e como parceiro privilegiado de uma cooperação internacional, resgatando assim o sentido de sua missão intelectual e social.

A multiplicidade de expressão da diversidade humana, confrontada com esses ideais, coloca em destaque uma das tarefas essenciais da educação - transformar a interdependência real em solidariedade no empreendimento de compreender o mundo, e esta desperta e acentua o desafio de compreender o outro, de compreender as relações que se estabelecem entre o homem e seu ambiente, o que, em última instância, evoca o compromisso de conhecer e compreender a si mesmo.

Os pensadores de uma educação para o novo milênio, aqui assim chamados os integrantes da Comissão Internacional sobre a Educação para o século XXI, chamam a atenção para a tendência do homem contemporâneo de fechar-se sobre si mesmo, e para a necessidade de ultrapassar essa tendência, abrindo-se à compreensão dos outros, uma atitude eticamente orientada pelo respeito à diversidade.

Por que não ousar situar nesse pensamento o comportamento das ciências no novo milênio?

Por que não falar da Universidade como sede de convergência dos diversos saberes, interligados por uma solidariedade fundada no compromisso e interesse comum de conhecer mais e melhor o mundo, de forma mais integral, e assim sejam orientados, esses saberes, para superar a fragmentação e buscar a integração para a promoção do saber-fazer de novos profissionais ?

Solidariedade científica - Educação ou utopia?

Os pensadores de uma educação para o novo milênio conferem à educação essa especial responsabilidade – edificar um mundo mais solidário – e esta deve traduzir-se nas políticas e nas ações educativas das instituições de ensino: gestar um novo humanismo, eticamente fundado na cooperação interpessoal, internacional, interdisciplinar, interplanetária.

O que é Interdisciplinaridade?

Refletindo sobre a etimologia do termo, Interdisciplinaridade é uma palavra de origem latina e de composição tríplice: inter, que significa posição ou ação intermediária, interação; dade, sufixo que se empresta a substantivar alguns adjetivos, atribuindo-lhes o sentido de ação ou resultado de ação, modo de ser; e disciplina, que significa 1. conjunto de regras que regem uma organização, uma atividade; 2.ensino, instrução; 3.matéria de ensino.

A palavra interdisciplinaridade ainda tem encontrado interpretações que a tomam como um encontro que pode ocorrer entre seres – inter – num certo fazer, a partir da direcionalidade da consciência, com a finalidade de conhecer o objeto e com ele relacionar-se e comunicar-se.

Fazendo remissão à etimologia do termo, novamente, é, portanto, uma palavra que remete a considerações a cerca de uma ação, de um modo de ser que se rege pela interação, pelo colocar-se como mediador de uma ação, de uma atividade, no caso, de ensino.

Parece ainda possível agora ousar outra interpretação, especificamente voltada para o objeto que aqui se justifica, a qual a priori assim se organiza:

Interdisciplinaridade, no ensino superior, é a ação educativa cujos modos de ser e de fazer se regem por um espírito de interação entre os diversos componentes da matriz curricular e as experiências educativas extracurriculares significativas à formação profissional em andamento, e se orientam por regras que os situam como agentes mediadores do projeto de ensino e intermediadores do processo de construção do conhecimento do educando almejado com o ensino.

A interdisciplinaridade pressupõe além da ação intermediadora, o espírito de solidariedade, de integração, de superação da ação especialista; uma visão de mundo mais integral, orientada pelo desejo de reunificar o pensar e o fazer do homem no mundo e é esse o espírito que deve fundamentar e orientar a educação comprometida com um novo humanismo.

Formar pensadores e profissionais de visão ampla e olho crítico voltados para o novo desenho do mundo impõe uma comunhão de desejos e esforços que só parece possível (se pretensora de sucesso!) no discurso interdisciplinar.

O compromisso com a educação e com a formação de profissionais psicólogos competentes para participar desse projeto global do novo milênio fomenta a ação interdisciplinar daqueles que se solidarizam neste empreendimento.

Os Cursos de Graduação em Psicologia, pela ação intermediadora e integrada dos componentes curriculares de sua matriz precisam oportunizar aos psicólogos em formação profissional a construção de conhecimentos que possibilitem:

 seu desenvolvimento como ser humano;

 seu crescimento acadêmico;

 uma formação profissional de excelência, através do incentivo e desenvolvimento da pesquisa científica;

 o desenvolvimento de uma linguagem própria, autônoma e independente e seu uso como agente participativo no cenário da comunicação universal onde possa este profissional colocar-se como produtor de novos textos;

 capacitação para ler crítica e reflexivamente o cenário sócio-político-cultural contemporâneo do mundo e da própria profissão;

 desenvolvimento de aptidões, habilidades, talentos, criatividade, sociabilidade e humanidade

 consciência de sua responsabilidade pessoal, social, profissional e moral para com a vida e com o ser humano;

 desenvolvimento de uma nova consciência a cerca de sua identidade profissional e de seu papel como agente de transformação social e promoção do desenvolvimento humano.

A educação, empreendedora de um mundo e de uma vida melhores pressupõe o resgate de valores que os pensadores de uma educação para o novo milênio denominaram de Os Quatro Pilares da Educação, a saber:

• Aprender a conhecer;

• Aprender a fazer;

• Aprender a viver juntos, aprender a viver com os outros;

• Aprender a ser.

Mais ainda:

considerando o panorama atual da existência humana, a própria Comissão Internacional sobre Educação, ao priorizar o Aprender a viver juntos como caminho de transformação, aponta para a necessidade de se aprender a conhecer, aprender a fazer e aprender a ser, JUNTOS!.

Oxalá esse convite seja aceito!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

ORQUESTRA IBARRA

No dia 25 de maio deste ano, a ASPEDHI estreou o Café Cultural em parceria com o Sincor-BA (Sindicato dos Corretores da Bahia), tendo como atração a Orquestra Sinfônica Ibarra formado por crianças carentes do bairro do Nordeste e coordenado pelo maestro Ibarra. O evento foi realizado no auditório do Sincor-BA no Comércio e a orquestra encantaram os que lá estavam arrancando inúmeros elogios da platéia. Foi um espetáculo de encher os olhos, mas para quem não pode assistir não faltará oportunidades pois a nossa associação tem  pretensões de realizar inúmeras outras apresentações com os meninos da ONG. Enquanto isso, disponibilizamos para vocês dois vídeos pequenos para que possam conhecer o trabalho dos garotos. Segue abaixo.



terça-feira, 3 de agosto de 2010

ASPEDHI RECOMENDA

CSI: Investigação Criminal


A série de televisão CSI: Investigação Criminal, exibida diariamente pela rede de TV aberta Record é um trabalho minuciosamente pensado em seus aspectos psicológicos. A série tem como enredo central a rotina da divisão de criminalística da polícia de Las Vegas. Usando Técnicas e conhecimentos científicos avançados uma equipe busca solucionar os mais diversos crimes, desde acidentes até os mais hediondos assassinatos.
Com o lema que diz “nós somos a ultima voz da vítima”, Gil Grisson, vivido pelo ator William Petersen, comanda o grupo com uma postura característica de um cientista positivista. Acreditando que toda ação deixa vestígios, Grisson busca e examina evidências objetivamente, tomando todo o cuidado possível para não por o trabalho a perder contaminando-o por questões pessoas e com hipóteses criadas sem as devidas evidências.
Discutindo não só os crimes em si, como também as suas motivações, os personagens, por vezes, se vêem entre seu dever com a justiça e as suas próprias convicções morais. Além disso, a série não deixa escapar que a é humanamente impossível não se envolver emocionalmente com as investigações, mostrando as dificuldades dos heróis e sua influencia sobre os casos.
Cada personagem da produção é cuidadosamente pensado e tanto as suas forças quanto as suas fraquezas são explorados ara criar uma trama bastante realista. Dentro do quadro principal de personagens encontram-se quatro membros além do chefe do departamento Gil Grisson.
Warrik Brown, personagem vivido pelo ator Gary Dourdan, é uma homem negro, criando na periferia de Las Vegas em meio às gangues e viciado em jogos de azar. Tal fraqueza quase custou sua carreira na polícia por não resistir as tentações dos cassinos, mas por outro lado, ao conhecer muito bem esse mundo, ele se torna um investigar muito eficiente por compreender muitas das motivações dos crimes da cidade dos cassinos. Outra de suas fraquezas são crimes que envolvem a comunidade negra, geralmente caracterizado por questões como discriminações.
Outra personagem é a Sara Sidle (Jorja Fox), mulher jovem de personalidade forte e viciada em trabalho. Quase não tem vida social por se dedicar demais ao trabalho e é perceptível no decorrer da história que ela tem uma atração por Grisson que muitas vezes já a tirou de muitas encrencas, ajudando-a inclusive a vencer suas próprias dificuldades. Ela tem uma sensibilidade aos crimes contra mulher as quais a transforma praticamente numa justiceira feminista. Quando criança conviveu com um ai violento que maltratava a sua mãe até o ponto de assassiná-la.
Nick Stokes personagem de George Eads, homem branco e jovem. Muitas de suas dificuldades se dão pelo fato de ainda ser muito jovem, em início de carreira. Mas seu ponto fraco está nos casos de crianças abusadas sexualmente, por ter sido ele mesmo abusado quando criança por sua babá. Evitas estes tipos de casos.
Vivida pela atriz Marg Helgenberger, Catherine Willows vê sua vida um turbilhão ao tentar conciliar vida profissional que exige muito dela, com a vida pessoal onde cria sozinha uma filha ainda criança além de ter que lidar com um ex-marido que dá muito trabalho com suas dívidas intermináveis. É ex-striper e conseguiu fazer carreira na policia através de um policial que freqüentava o bar onde se apresentava. Tenta a todo o momento mostrar ser uma profissional bastante competente não admitindo erros. Também tem uma sensibilidade muito grande com crimes contra a criança da mesma idade de sua filha.
Completando o quando contamos ainda com o chefe da equipe Gil Grisson. É o único que consegue manter uma distancia ótima dos casos, sem deixar que suas questões pessoais comprometam as investigações, porém a um custo muito alto. Sua própria vida é reflexo dessa postura profissional e não se envolve emocionalmente com ninguém. Tem sempre o controle da situação e exige o máximo de sua equipe sem deixar de compreender as dificuldades de seus membros e ajudá-los a superá-los.
CSI: Investigação Criminal tem sido umas das séries de grande sucesso e já esta na 9ª temporada nos Estados Unidos. Com histórias fantasticamente construídas em seu caráter técnico da policia cientifica, bem como do caráter psicológico de seus personagens, ela se torna um trabalho que vale a pena ser apreciado. Seu enredo trata justamente das questões paradigmáticas que a ciências de um modo geral tem lidado que é a dualidade do sujeito versus objeto e da dificuldade enquanto seres humanos de transformar o próprio ser humanos em objeto pra fins de estudo.
Sendo assim, a ASPEDHI recomenda que assistam a série, uma vez ilustra uma série de questões como dilemas e paradigmas que a ciência enfrenta e pode muito ser proveitoso para os engajados no estudo científico.